Sainz reclama de “muito azar” com safety-car após ficar “a uma volta” de vencer em Miami

Carlos Sainz teve jornada frustrante durante o GP de Miami, realizado no último domingo (5) e vencido por Lando Norris. Via rádio, pediu punições para Sérgio Pérez e Oscar Piastri, insistiu na troca de posições com Charles Leclerc e esbravejou com o engenheiro Ricardo Adami. Mas, ao final da sexta etapa da temporada 2024 da Fórmula 1, revelou o principal motivo por ter ficado ‘pistola’ nas ruas da Flórida: parou uma volta antes do safety-car entrar na pista, e isso o impediu de lutar pela vitória.

Sainz passou boa parte da corrida esbravejando por alguns lances, mas o período de maior crise entre o espanhol e Adami foi entre as voltas 22 e 28, instante entre o acionamento do safety-car virtual e o real, respectivamente.

Após Max Verstappen acertar um cone, que foi parar no meio do traçado, a direção de prova colocou o safety-car virtual na volta 22. Adami chamou o espanhol para os boxes, mas voltou atrás na ideia pelo fato do período de neutralização ter encerrado antes de Sainz chegar à entrada do pit-lane. O #55 também se mostrou irritado e esbravejou pela velocidade do delta na curva 14. “Parece que tem de parar o carro, como se fosse perigoso [fazer a curva]. Que estúpido”, falou.

A pista foi liberada e Verstappen fez a parada na sequência. Com isso, Piastri assumiu a liderança e Sainz veio em seguida. Lando Norris saltou para o terceiro posto — Leclerc e Pérez tinham feito as respectivas trocas de pneus — e passou a andar mais rápido que os dois primeiros colocados, tirando cerca de 0s2 por volta para eles. No giro 27, a Ferrari chamou o espanhol para os boxes, que não escondeu o descontentamento com o acionamento do safety-car na volta subsequente, após acidente entre Kevin Magnussen e Logan Sargeant.

“Porra”, gritou Sainz após ver o sinal no volante de que o safety-car havia entrado na pista. “Lando ficou atrás [do safety-car]?”, perguntou. “Não. Lando está na curva 4, o safety-car na 3”, respondeu Adami. “Porra, isso é muito azar! Lando vai liderar a corrida, não?”, questionou o espanhol, que teve um “acho que sim” como resposta do engenheiro. Durante essa conversa, o piloto da Ferrari previu a vitória do britânico. “Ele vai ganhar”, afirmou.

Mas não foram somente esses momentos de tensão entre ambos. Durante as 57 voltas de prova, Sainz reclamou no rádio por uma série de episódios. O primeiro deles, no entanto, foi logo na largada. O piloto pulou ao segundo lugar nos primeiros metros, superando Leclerc. No entanto, Pérez deu um mergulho por dentro para sair somente atrás de Verstappen, mas a tentativa não foi bem sucedida: o mexicano passou reto, impediu o espanhol de seguir a trajetória da curva 1 e abriu caminho para Leclerc e Piastri assumirem o segundo e o terceiro posto, respectivamente. Só então vieram Sainz e Pérez.

“Que porra foi essa?”, disparou Sainz, logo após o ocorrido. “Deveria ter punição, ele quase acabou conosco”, completou. Apesar de esbravejar no rádio, os comissários entenderam o lance como de corrida e não puniram o mexicano.

A ‘caixa preta’ do rádio da Ferrari mostrou que Sainz pediu já na volta 6 uma inversão de posições, logo após Piastri superar Leclerc. “Acho que tenho ritmo aqui”, falou. A resposta de Adami foi para que o piloto focasse em conservar os pneus.

No 13º giro, Sainz voltou a questionar sobre a inversão dele com Leclerc. “Vamos tentar alguma coisa na frente?”. Adami disse que estavam analisando a possibilidade. Duas voltas depois, o espanhol, resignado, retrucou: “Vou poupar um pouco de pneus.”

Já após o safety-car, na relargada, Sainz saiu em quinto, atrás de Norris, Verstappen, Leclerc e Piastri, e logo à frente de Pérez, que parou pela segunda vez e colocou pneus médios. Na sequência, veio novo pedido de punição por parte do espanhol, que alegou ter sido empurrado para fora da pista ao tentar ultrapassar Piastri na curva 11. “Ele me jogou para fora”, disparou.

Sainz argumentou que “acho que estava à frente na tangência” e que “ele precisa me dar a posição”, após o engenheiro dizer que o lance é típico de punir com 5s no fim da prova. “Oscar precisa ser inteligente. Se me der a posição, não vai ser punido”, completou. A reclamação foi em vão, pois a direção de prova não penalizou o representante da McLaren.

Nas voltas finais, o foco do engenheiro foi em informar Sainz sobre a aproximação para Leclerc, que estava em terceiro. Até a volta 43, o espanhol respondia a Adami, mas ficou em silêncio até o giro 50. Naquele instante, o piloto recebeu em detalhes como vinha desempenhando naquela volta, que poderia ir no ritmo máximo até o final e recebeu a configuração que deveria ajustar no volante. “Estamos falando demais, Ricky, por favor”, respondeu Sainz.

O espanhol só voltou a interagir no final da corrida, na penúltima volta, preocupado se tinha sido punido em 5s pelo toque com Piastri — o anúncio só foi feito após a prova. Na ocasião, recebeu a informação de que tinha 4s3 para Pérez. “Fui punido em 5s ou o quê?”, questionou. “Ainda não. Em todo caso, acelere o que puder até o fim”, respondeu Adami.

Sainz resumiu a corrida após a bandeira quadriculada e deixou claro alguns motivos que o frustraram no ultimo domingo. “Mais uma volta e poderíamos ter vencido”, disse. Adami respondeu: “Sim, foi muito azar”. “De qualquer forma, acho que fizemos uma prova forte, mas foi difícil. O ritmo estava bom. Merecíamos mais. Tivemos boa largada, mas alguém quem foi…? Pérez, na largada, né?”, encerrou Sainz.

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